3 de fev. de 2009

Parte 3

Annelise não estava com a mínima vontade de se levantar da cama, mas tinha que dar uma mãozinha pra Jane no bar. Ficaria somente mais alguns minutos, pensou ela, encarando o teto.

Estava pensando na sua apresentação na noite passada, quando encontrou os olhos curiosos e analisadores de um certo rapaz que a estava assistindo atentamente. Tão atentamente que até constrangia.

Mas quem seria ele? Nunca o vira antes no bar. Das duas opções, uma: ou ele era ocupado demais para um dia ter visitado o bar, ou era novo ali e estava conhecendo as instalações do bairro. Annelise acreditou mais na primeira hipótese.

Deixando a preguiça de lado, levantou-se e foi tomar um banho. Eram 10:00 h da manhã, e o bar abria às 12:00 h, porque era uma espécie de restaurante, também. A partir das 21:00 h que era considerado bar mesmo. Annelise fazia a maioria de suas refeições lá. Ela tinha que agradecer muito a Jane por tudo que tinha feito por ela. Se isso não tivesse acontecido, sabe-se lá onde poderia estar!

Vestiu uma calça comprida escura, um All Star vermelho e uma blusa branca sem estampas, e saiu do apartamento.

Chegando à calçada do bar, logo encontrou Jack, um colega do bar, varrendo a calçada. Ele era um cara legal, de mais ou menos 30 anos. Pelo que ela sabia, ele fora despedido da firma onde trabalhava, e agora fazia bico no bar, pois precisava sustentar ele, a esposa e a filha.

- Oi, Jack. – cumprimentou Annelise, com um sorriso.

- Ei, Anne. Bom dia. – ele disse, simpático.

- Dia. – ela disse, entrando no bar.

Jane estava passando um pano no balcão.

- Bom dia, Jane. – cumprimentou Annelise, se aproximando da amiga.

- Bom dia, Anne. Adorei sua apresentação ontem. – ela disse, sorrindo.

- Obrigada. Mas vem cá, por acaso você reparou em um cara que estava aqui no fundo do bar que não parava de me olhar?

- Você sabe que todos os caras do bar te olham quando você se apresenta, Anne. E, sinceramente, acho que alguns até te cobiçam. – falou ela, sincera.

- Deixa de bobagem, Jane.

- Mas por que você quer saber sobre esse cara? Te interessou?

- Não, é só que... ele parecia me olhar de um jeito diferente.

- Sei. – ela disse, maliciosa, e riu. – Você nunca teve namorado, teve? – indagou ela para a amiga.

- Não. E nem acho que seja necessário agora. Estou satisfeita assim.

- Com licença? – ouviram alguém chamar da porta do bar. Annelise se virou e jurou que pôde sentir seus joelhos fraquejarem.

- Jane, é ele. – disse Annelise, baixinho, para só Jane ouvir. Alto, porte saudável, por assim dizer, olhos castanhos, cabelos negros e ajeitados.

- Querido, o Tekilla está fechado, só abre meio-dia. Volte mais tarde. – falou Jane do balcão, e Annelise lançou um rápido olhar para Joseph, que fez uma cara de decepcionado.

- O.k., então.

- Whoa, ele não é de se jogar fora, hein?! – falou Jane, e Annelise riu.

- Realmente – concordou Annelise. – Ontem à noite não deu pra ver o rosto dele direito por causa da luz fraca do bar, mas agora, reparando bem... – Jane sorriu maliciosa.

- Mas enfim, vai dar uns ‘catas’ nele?

- Pirou, Jane?! Eu nem sequer sei o nome do cara! – falou Annelise, descrente. – E, além do mais, eu nem estou interessada nele, pra falar a verdade. – disse, indo ficar ao lado de Jane atrás do balcão, e pegando um avental pra proteger sua roupa enquanto limpava o bar.

Logo pegou uma vassoura e começou a varrer perto das mesas, onde havia mais lixo: papel de bala, latinha de refrigerante, alguns copos quebrados, enfim.

Enquanto limpava o bar, Annelise esqueceu do cara da noite passada.


*

- Eu não posso acreditar que você foi mesmo lá! – falou Phillip, balançando a cabeça.

- Mas eu fui. Eu a vi, Phil, sentada em um banco ao lado do balcão do bar, e ela me olhou! – Joseph parecia um paspalho.

- Claro que olhou. Quem não olharia um mané às 10:30 h da manhã pedindo pra entrar num bar por causa de uma garota que conhecera na noite passada? – falou Phillip, e Joseph lhe lançou um olhar mortífero.

- Mas eu não cheguei a falar que estava procurando por ela, claro.

- E o que você faria ao entrar lá? Pedir uma comida? Aff.

- Bem, provavelmente eu falaria com a garota. É claro que eu não perderia essa oportunidade.

- Mas ela iria estranhar, você não acha?

- Por quê? Eu sou apenas um cara que gosta de um papo, ué. – ele disse, ingênuo.

- Mas Joseph... – começou Phillip.

- Que foi?

- Vê lá o que você vai fazer, hein? Pra mim, ela não parece qualquer umazinha que você sai pegando em balada. – foi falando Phillip, preocupado.

- Não se preocupe, Phil. Eu só quero conhecê-la melhor.

- Vou sair pra encontrar a Maísa, te cuida. – anunciou Phillip, pegando uma das cópias da chave do apartamento e saindo em seguida.


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Nota da Autora: Ei, gente. Como vão? Já voltaram às aulas? Ou não? As minhas começam só dia 9 de fevereiro, mas não estou nem um pouco na expectativa, se querem saber, haha. Então, primeiramente, queria agradecer a todos que comentaram. Muito obrigada pelo apoio. É bom saber que alguém gosta de ler isso aqui, haha. Espero que tenham gostado do capítulo. Até a próxima postagem, guys.

26 de jan. de 2009

Parte 2

- Uau, caras, o que foi aquilo?! – indagou Joseph ao entrar no apartamento, se jogando no sofá.

- Eu gostei da apresentação da garota. – disse Phillip, simplesmente, fechando a porta do apartamento depois que ele, Louis e Frank entraram. – Ela tem talento, sem dúvida.

- E é bonita. – complementou Louis.

- O que eu fico me perguntando é como uma mulher daquela ainda não foi contratada por uma gravadora! Ela arrasa!

- Joseph, você por acaso percebeu se havia algo estranho no seu café hoje? – indagou Frank, franzindo o cenho.

- O que foi? Você não gostou? – Joseph lhe lançou um olhar assassino.

- Não, não foi isso. Mas eu acho que nunca vi você enchendo tanto a bola de uma garota. – falou Frank, simplesmente.

- Que culpa tenho eu se acabei de achar uma mulher perfeita?! – falou Joseph, se levantando animadamente do sofá. – Será que ela vai estar no bar amanhã? – perguntou ele, só faltando dar pulinhos de excitação.

- Joseph, meu filho, se acalma. É só uma cantora que você acabou de conhecer. Já vai querer cair matando em cima? Por favor, nos poupe, né? – Louis disse.

- Mas... – Ele parou, pensativo. – Ela parecia... ter um toque especial. – completou ele, por fim.

- Daqui a pouco você vai se aquietar, eu espero. É que todas as garotas que você traçou eram sem conteúdo e nenhuma ao menos gostava ou se interessava em cantar, e essa pelo menos é boa em alguma coisa. – Frank concluiu, indo pro seu quarto.

Joseph resmungou algo como “Vocês não entendem”, e foi dormir também.

*

Annelise acordou no dia seguinte cansada, pois, como sempre, ficara até altas horas no bar. Lá era como se fosse sua segunda casa.

Quando não cantava, ajudava lavando copos ou coisas do tipo. Ela não trabalhava em outra coisa e morava sozinha. O bar sustentava sua vida. Ela não tinha também muitas coisas a pagar, a não ser as contas do mês e algumas pequenas despesas de vez em quando. Morava em um apartamento pequeno próximo ao bar; ele era bem pequeno, mas ela se sentia à vontade nele. Era melhor do que nada, se comparado às dificuldades que passara quando era menor, sem família ou alguém no mundo.

Passara muito aperto nas ruas de Londres, e fora realmente uma sorte um dia ter sido encontrada por Jane na rua, que teve pena dela e a levara para prestar uns serviços em seu bar. Pelo menos não passaria mais fome. Quando isso aconteceu, Annelise tinha 16 anos.

Um dia, quando estava brincando com seus colegas do bar, subiu ao palco e começou a cantar a música “It’s raining man”; Jane ficou abobalhada em como a garota tinha um ótimo timbre vocal, principalmente no refrão. Como ninguém nunca se inscrevera para cantar no bar, Jane chamou Annelise para isto, e ela aceitou de cara. Desde então, o bar estava indo de vento em poupa, e de vez em quando saíam notinhas no jornal do bairro, comentando de como o Tekilla’s Bar se desenvolvera em tão pouco tempo.

Com seu próprio dinheiro, que ainda não era muito, mas já era uma grande conquista para ela, acabou comprando o pequeno apartamento onde residia hoje.

Desde então, se passara mais ou menos um ano e meio, e havia pouco tempo ela completara 18 anos de vida.

Ela ficava em tempo integral no bar, não tinha muito o que fazer. De vez em quando ficava na sacada do seu apartamento tocando violão, que quem lhe ensinara fora um cliente do bar, um homem de bom coração, que sempre aparecia por ali. Ele achava que, para ser um cantor, deveria tocar pelo menos um instrumento, e propôs dar aulas para Annelise por uns tempos.

De vez em quando rolava um acústico no bar, mas, geralmente, ela só cantava.

No início, ela ficava tímida, meio ‘dura’, mas, com o tempo, foi pegando intimidade com o palco e o microfone, e então passara a se desenvolver mais durante as apresentações.

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Nota da Autora: Oi, gente. Eu sei que essa parte do capítulo foi meio chata, mas eu quis explicar mais ou menos a história da Annelise, se é que me entendem. Até a próxima postagem.

19 de jan. de 2009

Parte 1

- Joseph, que tal irmos naquele bar perto da nossa casa hoje? – sugeriu Phillip, com cara de entediado. Era uma rara semana de folga, e eles, por mais que quisessem descansar, queriam fazer alguma coisa; não agüentavam mais ficar em casa.

- Eu topo. – falou Joseph.

- Ótimo, vou chamar os outros. – diz Phillip, e vai pra cozinha, onde Louis e Frank comiam sanduíche. – Que tal irmos naquele bar perto daqui hoje?

- Qual? O Tekilla? – perguntou Frank.

- É, esse mesmo. O Joseph topou ir. Vocês vão? – perguntou Phillip.

- Eu vou. Por que não? – concordou Louis, se levantando.

- Também vou. – diz Frank, terminando de comer o sanduíche.

- Dizem que lá tem uma cantora ótima. – falou Louis, do banheiro, enquanto se arrumava.

- É mesmo? Será que é bonita? – Joseph perguntou, com cara de pegador.

- Nossa, Jones, se toca. Por que você acha que fica com um monte de meninas e não engata com nenhuma? Porque você é feio demais e elas, obviamente, estavam bêbadas quando estavam com você. – caçoou Phillip, no que levou uma almofadada na cara.

Em quinze minutos, todos estavam arrumados, e desceram do apartamento deles em direção ao bar.

*

- Anne, você entra em dois minutos. – falou Jane, a dona do bar.

- O.k. – A jovem garota se encarou no espelho por um momento, ajeitou o que achou que tinha que ajeitar, e foi até o fundo do palco, esperando ser anunciada.

- Boa noite. – falou Jane no palco ao microfone, no que todos aplaudiram animadamente. Seu bar costumava sempre estar cheio, e hoje não era diferente.

Era fato que, depois que Annelise começou a animar as noites do bar com sua voz doce, tudo começou a andar melhor para Jane, e esta era grata por conhecer Annelise, de quem se tornara muito amiga desde então.

- Muito bem, muito bem. – ela disse, sorridente, e as palmas foram cessando aos poucos. – Como todos sabem, às sextas-feiras e nos fins de semana temos aqui no bar Annelise Hope, nossa cantora. Espero que seja do agrado de vocês que estão vindo aqui ao bar pela primeira vez. Tenham uma ótima noite. – Aplausos novamente. Annelise era esperada sempre, sem dúvida. E era às sextas-feiras também que o bar tinha muito mais movimento e rendia bem.

Joseph, Phillip, Louis e Frank chegaram ao bar, mas não tinha mais lugares. Eles até queriam ir embora, mas, quando ouviram Jane anunciar que a música ia começar, eles decidiram ficar pra ouvir nem que fosse uma música.

O piano começou a tocar.

- I Climb, I Slip, I Fall, reaching for your hands, but I lay here all alone, sweating all your blood. If I could find out how, to make you listen now, because I'm starving for you here, with my undying love and I, I will...

Ela foi caminhando até o meio do palco, seu vestido vermelho esvoaçando, os longos cabelos balançando levemente conforme ela andava; seus passos eram suaves, até que ela chegou ao meio do palco e pôs-se a cantar o refrão:

- Breathe for love tomorrow, ‘cause there's no hope for today. Breathe for love tomorrow, ‘cause maybe there’s another way...

Joseph estava impressionado com a voz da garota, e de como ela parecia um anjo sob a luz dos refletores do palco, e, mais ainda, de como ela passava a sensação de cantar com a alma.

Os outros instrumentos começaram a entrar na música. Annelise balançava o corpo lentamente enquanto cantava, um singelo sorriso brotando nos lábios e sendo percebido apenas por quem estava por perto.

- I Climb, I Slip, I Fall, reaching for your hands, but I lay here all alone, sweating all your blood. If I could find out how, to make you listen now, because I'm staving for you here, with my undying love and I, I will…

Ela desceu os dois degraus do palco e começou a andar perto das mesas do bar; as pessoas ficavam maravilhadas com o jeito da garota de ser suave e continuar cantando belamente enquanto passava pelas mesas dali. Annelise, enquanto cantava, olhou para algumas pessoas do fundo, e encontrou o olhar de Joseph, que a deixou intrigada. Quase se perdeu na letra da música, mas disfarçou e prosseguiu, voltando ao palco para prosseguir com o refrão.

- Breathe for love tomorrow, ‘cause there’s no hope for today. Breathe for love tomorrow, ‘cause maybe there’s another way…

Novamente, ao encarar as pessoas do bar, seus olhos bateram em Joseph, que disfarçava estar interessado na garota, que esbanjava charme e elegância no palco. Annelise nunca lembrou ter visto alguém parecer tão interessado nela quanto Joseph. Ele não tirava os olhos dela nem por um segundo.

- I Climb, I Slip, I Fall, into Your Empty hands, but I Lay Here All alone, sweating all your blood…

A música havia terminado, e com isso todos bateram palma animadamente, principalmente Joseph. Phillip, Louis e Frank também gostaram muito da apresentação.

Ela agradeceu com uma voz tímida, sorriu delicadamente e saiu do palco, ainda sob um mar de aplausos que parecia não cessar.

Joseph pensou em como uma cantora daquele porte não pudesse estar estourando nas rádios do Reino Unido.
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Nota da Autora: Isso aí, primeira parte postada. Gostaria que comentassem, se não fosse pedir muito.
A música inserida foi Breathe, do Paramore.
Até a próxima postagem.

Writer's Moment.

Oi, leitores.

Bem, não sei se tenho leitores ainda, but whatever, vocês entenderam.

Antes de começar a postar aqui, gostaria de deixar claro que não sou uma escritora extraordinária; escrevo por hobbie, diversão, prazer.

Ainda não estou muito acostumada com esse Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, então vou postar do jeito que eu sei escrever, haha. Droga de Reforma Ortográfica.

Esse romance que vou postar aqui trata-se de uma personagem que eu tenho na cabeça há cerca de um ano e meio, com nome original de Anne Marian Hope, sendo adaptada para Annelise Marian Hope há alguns meses. É uma personagem que eu venho estruturando há muito tempo, e finalmente resolvi postar algo sobre ela.

Enfim, espero que a história seja do agrado de vocês. Até mais. Boa leitura.

Atenciosamente,

Mariane Ferrari.