Estava pensando na sua apresentação na noite passada, quando encontrou os olhos curiosos e analisadores de um certo rapaz que a estava assistindo atentamente. Tão atentamente que até constrangia.
Mas quem seria ele? Nunca o vira antes no bar. Das duas opções, uma: ou ele era ocupado demais para um dia ter visitado o bar, ou era novo ali e estava conhecendo as instalações do bairro. Annelise acreditou mais na primeira hipótese.
Deixando a preguiça de lado, levantou-se e foi tomar um banho. Eram 10:00 h da manhã, e o bar abria às 12:00 h, porque era uma espécie de restaurante, também. A partir das 21:00 h que era considerado bar mesmo. Annelise fazia a maioria de suas refeições lá. Ela tinha que agradecer muito a Jane por tudo que tinha feito por ela. Se isso não tivesse acontecido, sabe-se lá onde poderia estar!
Vestiu uma calça comprida escura, um All Star vermelho e uma blusa branca sem estampas, e saiu do apartamento.
Chegando à calçada do bar, logo encontrou Jack, um colega do bar, varrendo a calçada. Ele era um cara legal, de mais ou menos 30 anos. Pelo que ela sabia, ele fora despedido da firma onde trabalhava, e agora fazia bico no bar, pois precisava sustentar ele, a esposa e a filha.
- Oi, Jack. – cumprimentou Annelise, com um sorriso.
- Ei, Anne. Bom dia. – ele disse, simpático.
- Dia. – ela disse, entrando no bar.
Jane estava passando um pano no balcão.
- Bom dia, Jane. – cumprimentou Annelise, se aproximando da amiga.
- Bom dia, Anne. Adorei sua apresentação ontem. – ela disse, sorrindo.
- Obrigada. Mas vem cá, por acaso você reparou em um cara que estava aqui no fundo do bar que não parava de me olhar?
- Você sabe que todos os caras do bar te olham quando você se apresenta, Anne. E, sinceramente, acho que alguns até te cobiçam. – falou ela, sincera.
- Deixa de bobagem, Jane.
- Mas por que você quer saber sobre esse cara? Te interessou?
- Não, é só que... ele parecia me olhar de um jeito diferente.
- Sei. – ela disse, maliciosa, e riu. – Você nunca teve namorado, teve? – indagou ela para a amiga.
- Não. E nem acho que seja necessário agora. Estou satisfeita assim.
- Com licença? – ouviram alguém chamar da porta do bar. Annelise se virou e jurou que pôde sentir seus joelhos fraquejarem.
- Jane, é ele. – disse Annelise, baixinho, para só Jane ouvir. Alto, porte saudável, por assim dizer, olhos castanhos, cabelos negros e ajeitados.
- Querido, o Tekilla está fechado, só abre meio-dia. Volte mais tarde. – falou Jane do balcão, e Annelise lançou um rápido olhar para Joseph, que fez uma cara de decepcionado.
- O.k., então.
- Whoa, ele não é de se jogar fora, hein?! – falou Jane, e Annelise riu.
- Realmente – concordou Annelise. – Ontem à noite não deu pra ver o rosto dele direito por causa da luz fraca do bar, mas agora, reparando bem... – Jane sorriu maliciosa.
- Mas enfim, vai dar uns ‘catas’ nele?
- Pirou, Jane?! Eu nem sequer sei o nome do cara! – falou Annelise, descrente. – E, além do mais, eu nem estou interessada nele, pra falar a verdade. – disse, indo ficar ao lado de Jane atrás do balcão, e pegando um avental pra proteger sua roupa enquanto limpava o bar.
Logo pegou uma vassoura e começou a varrer perto das mesas, onde havia mais lixo: papel de bala, latinha de refrigerante, alguns copos quebrados, enfim.
Enquanto limpava o bar, Annelise esqueceu do cara da noite passada.
*
- Eu não posso acreditar que você foi mesmo lá! – falou Phillip, balançando a cabeça.
- Mas eu fui. Eu a vi, Phil, sentada em um banco ao lado do balcão do bar, e ela me olhou! – Joseph parecia um paspalho.
- Claro que olhou. Quem não olharia um mané às 10:30 h da manhã pedindo pra entrar num bar por causa de uma garota que conhecera na noite passada? – falou Phillip, e Joseph lhe lançou um olhar mortífero.
- Mas eu não cheguei a falar que estava procurando por ela, claro.
- E o que você faria ao entrar lá? Pedir uma comida? Aff.
- Bem, provavelmente eu falaria com a garota. É claro que eu não perderia essa oportunidade.
- Mas ela iria estranhar, você não acha?
- Por quê? Eu sou apenas um cara que gosta de um papo, ué. – ele disse, ingênuo.
- Mas Joseph... – começou Phillip.
- Que foi?
- Vê lá o que você vai fazer, hein? Pra mim, ela não parece qualquer umazinha que você sai pegando em balada. – foi falando Phillip, preocupado.
- Não se preocupe, Phil. Eu só quero conhecê-la melhor.
- Vou sair pra encontrar a Maísa, te cuida. – anunciou Phillip, pegando uma das cópias da chave do apartamento e saindo em seguida.
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Nota da Autora: Ei, gente. Como vão? Já voltaram às aulas? Ou não? As minhas começam só dia 9 de fevereiro, mas não estou nem um pouco na expectativa, se querem saber, haha. Então, primeiramente, queria agradecer a todos que comentaram. Muito obrigada pelo apoio. É bom saber que alguém gosta de ler isso aqui, haha. Espero que tenham gostado do capítulo. Até a próxima postagem, guys.